Ano Novo, Novos Problemas. O ano de 2023 mal começou e já há um enorme burburinho pela discussão, na Câmara dos Deputados em Brasília do projeto de lei redigido pelo Deputado Tiago Mitraud (Novo-MG). A minuta deste documento sugere desregulamentar inúmeras profissões praticadas no Brasil pois, segundo seu entendimento, tais profissões que não oferecem risco à segurança, à saúde, à ordem pública, à incolumidade individual e patrimonial e, por conta disso, não precisam da exigência de formação técnica ou de diploma para serem exercidas. Em simples palavras seria como que se oficializássemos que qualquer leigo, sem qualquer estudo prévio pudesse fazer projetos de Engenharia e pior, pudessem executá-los. Tendo em vista casos recentes na nossa sociedade como dos prédios colapsados na comunidade da Muzema, na cidade do Rio de Janeiro, onde o crime organizado e milicianos contratam operários para erguerem edifícios sem qualquer respaldo técnico pelas boas práticas da Engenharia. Nós, Engenheiros, Arquitetos, Tecnólogos e Técnicos, após anos de estudos nos tornaríamos apenas mais um dentre ‘os muitos que sabem como fazer’. Valoriza-se muito mais, aqueles “profissionais” que nas placas penduradas nos postes de nossas ruas, realizam diversas atividades tais como: cópias de chaves, levam seu cachorro para passear, fazem carretos e mudanças, e podem rabiscar um desenho qualquer para construir, reformar ou erguer sua nova casa, e melhor, a custos bem mais baratos. A qualificação nos dada pelo ensino e a habilitação frente aos órgãos fiscalizadores que se joguem fora, afinal de contas a ideia de banalização faz “com que qualquer um pode fazer o que quer dentro da Engenharia”. Vivemos um momento na nossa sociedade de que as altas taxas de desemprego sugere o “se vire como pode” até mesmo extrapolando qualquer razão de civilidade, respeito mútuo ou direitos constituídos. Ao invés de se criar mecanismos de educação, qualificação e aumentar a empregabilidade unto a crescente mão-de-obra estagnada e perdida pelo Brasil este projeto de lei visa desmerecer inúmeros profissionais que tentam a cada dia melhorar a qualidade dos serviços prestados, cada um em sua área de conhecimento. Nós que possuímos pequenas empresas de projetos de Engenharia e Arquitetura consideramos tal proposta como um grande balde água fria sobre nossos negócios. Por várias vezes a primeira pergunta que escutamos de um cliente é “O quanto vai custar?”, ora se realmente houver a desregulamentação das profissões de Engenheiros e Arquitetos, obviamente pelo ‘custo Brasil’ sequer teremos condições de competir com ‘os profissionais das plaquinhas dos postes’, ainda mais se atuamos nas periferias. Áreas estas tão carentes de boas práticas da Engenharia. Os pequenos escritórios seguirão o terrível ciclo de desmonte das pequenas empresas que não sobrevivem aos inúmeros ataques da carga tributária, falta de gerenciamento, falta de crédito, juros absurdos, competição desigual e agora, desregulamentação dos profissionais.
A Comercialização dos Laudos Técnicos de Engenharia Civil
Desde que me formei em Engenharia Civil em meados de 2010 tinha por sonho desenvolver, como engenheiro civil, alguma atividade visando auxiliar meus ‘futuros clientes’ a tomarem decisões que lhes impactassem positivamente em suas escolhas com relação aos seus imóveis, fossem próprios ou alugados. Me especializei primeiramente em Engenharia de Avaliações e Perícias, tendo-me pós-graduado nesta área em 2012 e, posteriormente, em outubro de 2022, em Engenharia Diagnóstica e Patologia das Construções. Ambas as áreas da Engenharia Civil são complementares me fazendo ter outra visão das edificações sobre as quais analiso desde então. Tratando-as, comparativamente ao corpo humano assim como os médicos fazem um diagnóstico mediante os fatos relatados e pós exames, a Engenharia Diagnóstica em sua gama de estudos tem por principal objetivo descobrir o por quê de certa edificação apresentar problemas, sejam pelo seu tempo de uso, o mal emprego dos materiais utilizados em sua construção, práticas erradas na sua execução ou problemas adquiridos com o passar do tempo por falta de manutenção, afinal de contas qual pessoa não necessita de um remédio ou uma vacina com o passar dos anos. O principal documento gerado pelo Engenheiro Diagnóstico, ou Patologista (forma menos usual de chamá-lo) é a redação de um Laudo Técnico de Engenharia, texto no qual depois de todo um roteiro a exposição da situação da edificação em estudo e que informa ao cliente (proprietário) o melhor caminho a seguir para ‘consertar as coisas’. Infelizmente devido a situação econômica na qual nossa sociedade passa e por mal caráter de inúmeras pessoas, profissionais ou não da área, nota-se a crescente comercialização de laudos técnicos, documentos que muitos condomínios e mesmo associações de moradores exigem para respaldar obras de construção ou reformas. A legislação brasileira não pune exemplarmente que faz mal uso ou apenas comercializa tais documentos dando assim caminho as más práticas neste comércio. Eu mesmo tive uma má experiência há algum um tempo. Quando da reforma de um pequeno apartamento no bairro do Ipiranga, região central de São Paulo, precisei contratar um profissional para visitar, analisar e gerar um laudo técnico deste imóvel. Não seria coerente, por ética profissional que eu, como Engenheiro e proprietário realizasse este documento e fui ao mercado contratar um profissional que o elaborasse. Deparei-me com inúmeros anúncios de ‘venda de laudo para reformas’ na Internet ao qual um em específico me chamou a atenção. Entrei em contato via fone e perguntei se o preço mencionado no anúncio era o mesmo para o meu imóvel, já que tal custo deve-se levar em conta a área do imóvel a ser periciado, a quantidade de horas trabalhadas neste laudo, bem como incluir o custo da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), recolhida frente ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), bem como outras despesas que se fizerem necessárias como cópias de documentos, etc. Pois bem para o meu espanto a primeira pergunta do meu interlocutor era onde estava localizado o imóvel. Quando mencionei o bairro do Ipiranga, notório por possuir em grande parte imóveis de classe média-alta o valor aumentou frente ao anunciado pela Internet, cerca de 15% a mais. Ok. Seguindo as tratativas e me identificando como leigo no assunto sugeri que o ‘profissional do outro lado da linha telefônica’ viesse visitar o imóvel no próximo fim de semana, para no local me explicar sob sua ótica como estariam suas condições estruturais, suas instalações elétricas e hidráulicas, a rede interna de gás canalizado, revestimento e pinturas de paredes e tetos, etc. Porém para minha surpresa ouvi que não haveria necessidade de visita no local, apenas que eu, como proprietário enviasse via aplicativo no celular ‘meia dúzia de fotos do que eu achava que estivesse ruim’ e o engenheiro (que afirmava estar falando comigo pelo telefone), faria o laudo técnico já com o recolhimento da ART’, me mandando o documento depois de uma semana, via e-mail. Ou seja, além de qualquer garantia que meu interlocutor fosse um profissional da área de Engenharia, sequer vi seu rosto, ele me passou um custo sem sequer olhar o imóvel a ser estudado e me enviaria um documento que deve ser registrado num conselho de classe com uma assinatura que nem sei se é desta pessoa. Infelizmente há inúmeras falhas, por parte dos contratantes que ainda acreditam que o valor de custo deve ser mais importante do que a qualidade e a responsabilidade do profissional que pratica o bom serviço de Engenharia. Ora por parte dos maus profissionais que querem apenas vender umas folhas de papel, muitas vezes copiadas de modelos da Internet, cuja linguagem técnica engana os clientes leigos que pagam qualquer coisa para ‘se livrarem de uma fiscalização’ nas obras. Ora por parte do próprio órgão de classe que deveria ter pulso firme na fiscalização e coibir de alguma forma tantos anúncios destes maus profissionais.
Anistia para regularização de imóveis é prorrogada até 31 de dezembro de 2025
Lei de Regularização de Edificações O objetivo da Lei de Regularização de Edificações (Lei n°17.2020/19) é desburocratizar e simplificar a vida da população. Ela possibilita ao cidadão total posse e garantia sobre seu imóvel, tornando a edificação, tanto de residências, quanto de comércios, completamente regular. A Lei dispõe de quatro categorias de regularização: automática, declaratória, simplificada e comum. A regularização automática foi adotada para imóveis residenciais com isenção total no cadastro do IPTU em 2014, construídos até 31 de julho daquele ano e com condições adequadas de higiene, segurança, acessibilidade, estabilidade e salubridade. Para saber se o imóvel foi regularizado de forma automática, o munícipe deve conferir a lista disponível no portal Meu Imóvel Regular. Já as demais modalidades abrangem residências não enquadradas na modalidade automática, além de edifícios comerciais, de serviços e industriais. Para esses casos, é necessário protocolar pedido de regularização junto à Prefeitura de São Paulo. Todo o processo ocorre de forma 100% digital via Portal de Licenciamento. Como solicitar a regularização? O primeiro passo é acessar o site do CEDI – Histórico da Edificação para verificar se a edificação está regular ou irregular. Caso o imóvel esteja irregular, será preciso saber em qual modalidade de regularização ele se encaixa. Por essa e outras razões, é imprescindível a contratação de um responsável técnico, como arquiteto e engenheiro, que também ficará responsável por comprovar, por meio de declarações e atestados, que o imóvel apresenta condições adequadas para ser regularizado. Em seguida, o pedido de regularização deve ser protocolado – mediante a apresentação dos documentos – de forma totalmente digital, através do portal de regularização de imóveis. Por fim, através da conferência do próprio sistema digital e/ou análise por parte da Prefeitura – a depender da modalidade da regularização – será emitida a Certidão de Regularização (Habite-se). Lançado em outubro de 2019, o portal Meu Imóvel Regular é o canal oficial da Prefeitura sobre a Lei de Regularização de Edificações. O site reúne uma série de informações sobre a legislação e traz cartilhas explicativas que abordam, de forma detalhada, como proceder com os pedidos de regularização. Clique aqui para acessá-lo. Dúvidas sobre a Lei A Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) dispõe de uma equipe de atendimento para esclarecer dúvidas referentes à Lei de Regularização de Edificações da cidade de São Paulo. A Sala Arthur Saboya presta atendimento presencial todos os dias, das 13h às 16h30, no Edifício Martinelli (Rua São Bento, 405 – 8º andar, Centro – São Paulo/SP). O atendimento acontece por ordem de chegada. Essa é a segunda prorrogação da Lei da Anistia que já permitiu a regularização de mais de 204 mil imóveis sendo grande parte deles de forma automática. O resultado é histórico na cidade, considerando que a lei anterior, de 2003, alcançou 93 mil imóveis. Para saber a situalção do seu imóvel acesse http://cediconshistorico.prefeitura.sp.gov.br/forms/consultarhistorico.aspx Basta colocar o número de contribuinte do IPTU e ver o resultado.
Prazo para regularização foi prorrogado
Com o objetivo de dar oportunidade para que mais cidadãos regularizem suas casas e seus comércios, a Prefeitura de São Paulo prorrogou por mais 90 dias, a partir de 31 de março, o prazo para dar entrada aos pedidos de regularização pela Lei da Anistia (nº 17.202/2019), que permite a regularização de edificações concluídas até 31 de julho de 2014, data da promulgação do atual Plano Diretor Estratégico – PDE. Desde janeiro de 2020, o paulistano conta com o Portal de Licenciamento, uma solução tecnológica Prodam, desenvolvida para dar agilidade e facilitar a regularização dos imóveis. A ampliação do prazo para dar entrada ao pedido de regularização é importante, pois diversos serviços de emissão de documentos, como cartórios, escritórios de profissionais da área de arquitetura e engenharia encontram-se fechados, devido a situação de emergência no município e às medidas para o enfrentamento da pandemia global covid-19. A Prefeitura ainda pode, ao final deste novo prazo de 90 dias, prorrogar a lei mais duas vezes por igual período, podendo chegar em um total de 360 dias. Sobre a Lei de Regularização de Edificações De forma inédita no município, os processos de regularização serão feitos de forma 100% digital, por meio do Portal de Licenciamento, possibilitando que o cidadão realize todas as etapas de seu requerimento e envie toda a documentação necessária de forma remota. Além disso, o Portal é o primeiro sistema a incluir a análise e chancela eletrônica dos processos, o que o torna digital de ponta a ponta. São quatro modalidades de regularização, que levam em consideração tamanho e complexidade da edificação: automática, declaratória simplificada, declaratória e comum. • regularização automática: residências de baixo e médio porte com isenção total de IPTU em 2014 serão regularizadas sem necessidade de protocolo. • regularização declaratória simplificada: para edificações residenciais não enquadradas na categoria automática e que tenham até 500 m² de área construída será necessário declarar as informações sobre a edificação no Portal de Licenciamento. Nesta categoria não haverá análise da Prefeitura, dependendo apenas da apresentação de documentos e atestados por parte do interessado, juntamente com o responsável técnico. • regularização declaratória: para residências maiores, como comércios, escolas, escritórios, pousadas, e que tenham área construída de até 1.500 m². Esses casos deverão ter um responsável técnico e solicitar a regularização via Portal de Licenciamento. A emissão do documento se dará após a análise da Prefeitura. • regularização comum: são os casos não incluídos nas categorias acima e as edificações com área construída maior que 1.500 m². Nesta categoria também é necessário ter um responsável técnico e fazer o protocolo no Portal de Licenciamento, além de passar pela análise dos técnicos da Prefeitura. Para quem têm dúvidas sobre a Lei de Regularização de Imóveis, informações por meio dos telefones (11) 3243-1103 | (11) 3243-1104 | (11) 3243-1105, das 13h às 16h. Ou do e-mail meuimovelregular@prefeitura.sp.gov.br Saiba mais no site: https://meuimovelregular.prefeitura.sp.gov.br/
O que é Laje de Isopor?
Laje de isopor é o nome dado para as lajes em concreto armado que levam peças em isopor em sua composição. O uso de isopor nas lajes pode propiciar diversos benefícios, dentre os quais a redução do peso próprio da estrutura. O isopor não possui função estrutural e, por conta dele, essas lajes também podem receber o nome de lajes leves. Laje de isopor em uma obra Características da laje de isopor A laje de isopor nada mais é do que uma laje nervurada cujas nervuras são preenchidas por blocos de poliestireno expandido (EPS), ou uma laje treliçada em que se substituem as tavelas cerâmicas por peças de dimensão equivalente em EPS. Para cada um dos casos, as vantagens e indicações são distintas. Na laje nervurada com blocos de EPS, dispensa-se cubetas plásticas e se usa o próprio volume do bloco como parte das formas. Ao final, tem-se uma laje com maior altura, superfície inferior plana e concreto apenas nos pontos necessários ao bom desempenho estrutural. Garante-se vãos abertos (sem pilares) maiores pelo sistema de grelha unido por uma “mesa” comum. Já na laje de isopor que leva vigotes treliçados, também se obtém um plano de teto liso e uniforme. A cor é o principal indicativo de substituição da tavela cerâmica, que usualmente possui cor alaranjada. Servindo como material inerte, é preciso atentar às características físico-químicas e mecânicas do EPS. Esse material possui baixa absorção de água, bom desempenho térmico e acústico, baixa massa específica e não é resistente a cargas elevadas, podendo romper facilmente com um funcionário sobre a peça. Vantagens da laje de isopor Considerando todas as características dessas lajes, pode-se citar as seguintes vantagens: Economia no restante do sistema estrutural, por conta da redução das cargas permanentes. Melhoria do desempenho térmico e acústico, o que auxilia no cumprimento de requisitos de desempenho da edificação. Melhoria na construtibilidade pela redução da quantidade de formas necessárias. Menor perda de água de amassamento do concreto da laje, o que auxilia no ganho de resistência mecânica e diminui as exigências no que se refere à cura úmida (não as elimina, pois nem toda a laje é revestida com EPS). Desvantagens da laje de isopor Por outro lado, uma laje com EPS apresenta as seguintes desvantagens: Para fazer um chapisco e emboço de teto, será necessário usar aditivos especiais, visto que o EPS não adere aos produtos cimentícios. Apesar de que o ideal sempre seja utilizar forros rebaixados abaixo de lajes (seja em PVC, madeira ou gesso), ainda há edificações em que se prefere o revestimento argamassado tradicional, com seus desperdícios e deficiências.Confira aqui a diferença entre chapisco, emboço e chapisco. Blocos de EPS precisam ser manuseados com cuidado, o que exige armazenamento com pesos (para evitar que peças se percam) e que um funcionário não suba sobre quaisquer peças. Perde-se o efeito estético, no caso das lajes com cubetas plásticas, que as formas proporcionam. Exige-se, da mesma forma que seria desejável para laje com cubetas, um assoalho inferior antes da concretagem, que serve de forma e de suporte aos blocos de EPS.
O que é Mezanino?
Mezaninos são partes de uma construção onde ela recebe mais um pavimento, em edifícios com pé-direito duplo. Esse tipo de espaço possui diferentes finalidades e formatos, sendo necessário consultar os códigos de obras a fim de verificar quais as dimensões e formatos permitidos. Onde utilizar um mezanino? Os mezaninos geralmente são utilizados para fazer o aproveitamento de uma área em uma edificação de pé-direito alto que não estava sendo utilizada anteriormente. Em residências, os mezaninos normalmente são utilizados para criar um novo ambiente, adaptando-o a rotina de seus moradores e dando uma nova opção de decoração. É comum ver mezaninos em casas com a função de escritório, pequenos banheiros, closet ou guarda-roupas, etc. Mezanino em estrutura metálica Nas indústrias, os mezaninos são utilizados com a finalidade de concentrar áreas de escritórios e administrativas. Eles também permitem observar o andamento dos processos no interior da planta industrial. No comércio, as posições variam de acordo com o tipo de varejista. Lojas de variedades ou de móveis e eletrodomésticos costumam trabalhar com mezaninos mais ao fundo da loja e acessos com o pé-direito duplo. Tanto o primeiro pavimento como o pavimento de mezanino servem como áreas de vendas. A ideia de não repetir a planta nos dois pavimentos permite manter a área útil superior com produtos e torná-la visível. Já em supermercados, áreas administrativas e refeitórios são ocupadas por mezaninos, geralmente sobre as áreas de caixas e seções como açougues e padarias. Nesses lugares, é mais difícil (não impossível) se usarem sobrelojas, visto que são armazenadas compras em carrinhos e os acessos são por escadas. Mezaninos na construção civil Do ponto de vista de engenheiros, arquitetos e profissionais da construção civil, um mezanino se assemelha a um pavimento comum, exceto em alguns aspectos, como pé-direito inferior insuficiente (onde se podem prever apenas armários abaixo ou isolar a área) ou a presença de sacadas (que devem ter aspecto ou vãos máximos que variam segundo cada local).
Viga Baldrame: O que é e como executar
As vigas baldrame são os elementos estruturais que dividem a infraestrutura (fundação) da supraestrutura (estruturas acima do solo, em geral) e podem ou não estar abaixo do nível do terreno. Quando falamos apenas em baldrames, há quem conheça como sinônimo de sapata corrida, que é um tipo especial de sapata. O papel das vigas baldrame Na concepção estrutural de edifícios em concreto armado, as vigas baldrame recebem as cargas de paredes e outros elementos e as transmitem aos elementos de fundação, como sapatas ou blocos de coroamento. Viga baldrame de uma fundação ou alicerce Quanto ao formato, em nada diferem das demais vigas da edificação, não sendo consideradas parte da fundação em si. Como executar as vigas baldrame? Finalizados os elementos de fundação, como sapatas ou blocos de coroamento de estacas, deve-se dobrar as armaduras e fixar as formas (sustentadas por cimbramento) das vigas baldrame. Dependendo do nível do terreno, pode haver a execução sem o fechamento da face inferior da forma. A falta desse fechamento pode permitir o escorrimento de nata de cimento, ou ainda uma perda no concreto, comum em concretagem sobre solo. Assim, antes da concretagem, deve-se buscar executar as formas bem rentes ao solo e colocar lastro de brita na superfície inferior. Após a concretagem das vigas baldrame, com vibração durante a execução e cura nos dias seguintes, deve-se promover a impermeabilização da face superior, a fim de evitar a vinda de umidade do solo por capilaridade à alvenaria da parede imediatamente acima. Essa impermeabilização pode ser feita pela pintura com produtos específicos para esse fim. O papel das sapatas corridas As sapatas corridas ou baldrames são elementos de fundação superficial. Elas possuem a função de sapatas, mas diferentemente de outros modelos, não recebem cargas concentradas no centro de gravidade, mas cargas distribuídas linearmente ao longo de seu eixo central. Um exemplo de uso dessas sapatas é na fundação de muros. Como executar os baldrames? Para executar os baldrames ou sapatas corridas, deve-se abrir as valas com a base mais dez centímetros de cada lado. O fundo deve ser apiloado e receber ou um lastro de concreto magro (150 kg/m³ de cimento) ou lastro de brita (compactada, contendo pó-de-pedra). O passo seguinte na execução está na montagem das formas. A seguir, insere-se a armadura com espaçadores. Há armaduras na base do baldrame (para resistir às tensões de tração, o que diminui o volume concretado em relação ao bloco) ou eventuais armaduras para pilares-parede, quando não falamos de muros. Por fim, ocorre a concretagem do elemento de fundação. Deve haver vibração adequada para evitar nichos e garantir a resistência mecânica de projeto.
O que é Alicerce?
Alicerce é a fundação de uma edificação, ou seja, o elemento estrutural que recebe as cargas da superestrutura e as transmite para o solo, mantendo sua estabilidade. Os elementos de fundação são compostos por peças estruturais, que podem ser feitas em concreto armado ou outros materiais, e elementos de solo adjacentes, que contribuem para o suporte às cargas. Tipos de alicerce Divide-se os alicerces ou fundações em superficiais e profundas. As fundações superficiais são aquelas onde a base está posicionada em profundidade de até duas vezes a menor dimensão dessa estrutura. Em geral, nessas fundações ocorre a transmissão direta, ou seja, as cargas da edificação são distribuídas principalmente pela base do elemento estrutural de fundação, formando-se um bulbo de tensões no solo logo abaixo. Já as fundações profundas se caracterizam por possuir profundidade mínima de três metros ou mais do que duas vezes a menor dimensão de base. Usualmente, essas fundações são do tipo indireto, possuindo elementos estruturais que suportam às cargas pela resistência da base e das laterais (fuste). Alicerce de uma obra sendo executado Passos básicos para a execução Para fazer um alicerce, é importante o conhecimento do solo e de fatores que afetem sua capacidade de cargas. Deve-se definir sua composição, tipologia e resistência, bem como o nível subterrâneo de água (nível do lençol freático). Ensaios de sondagem possuem esse fim. O mais difundido é o SPT, ou Standard Penetration Test, que associa a capacidade de carga do solo ao número de golpes para penetrar certa profundidade de solo. Sua limitação está na presença de rochas do tipo matacão, que “decreta” o fim do ensaio. Mas, outros ensaios complementares, como a sondagem rotativa, podem ser necessários. É preciso ter certeza de que, nas camadas inferiores de solo, haja ganho progressivo de resistência, pois devemos considerar a fundação mais seu provável bulbo de tensões. As fundações diretas e superficiais, em geral, são usadas em obras de menor porte. Para reduzir volumes de concreto e escavações, é mais usual a opção por sapatas. Em solos mais moles, para evitar recalques diferenciais, pode ser interessante a opção de radier, que possui, por outro lado, o inconveniente de antecipar a execução das instalações hidrossanitárias enterradas e mobilizar maior volume de concreto do que sapatas e blocos. Já as fundações profundas são costumeiramente utilizadas em obras de maior responsabilidade, como edifícios comerciais e prédios residenciais multifamiliares. Pode-se optar por tubulões a céu aberto, com o inconveniente da forma de trabalho (um profissional precisa ficar dentro do local onde será o tubulão para escavar) ou uso de ar comprimido quando é interceptado o nível d’água. No caso da utilização de estacas, dentro das diversas opções, é preciso avaliar custos, transporte, inconvenientes diversos (corrosão nas metálicas, apodrecimento nas de madeira quando o nível de água varia, tensões de tração nas de concreto, vibrações nas vizinhanças nas cravadas) e até a legislação local. Em algumas cidades ou regiões, por exemplo, são proibidos bate-estacas ou estacas cravadas – o que leva a uma alta popularidade das estacas escavadas por hélice contínua. Escolhido o tipo de fundação, são diferentes etapas que envolvem a execução. A primeira delas é a tabeira, que é uma cerca de madeira onde serão marcados os elementos da fundação. Em obras muito grandes, onde seria muito longa, pode-se substituir por cavaletes, que são trechos com a marcação, mas que são mais vulneráveis à movimentação. Após, em fundações superficiais, ocorrerão escavações, preparações de base com lastro de brita ou eventuais instalações (no caso de radier). São produzidas formas e, após, há a concretagem. Para as fundações profundas, após a locação da obra, irá ocorrer ou a escavação (manual, por trado mecânico) ou a cravação por meio de bate-estacas. Nos tipos escavados, é preciso estar atento para não haver o estrangulamento da seção (velocidade de concretagem deve ser compatível com a de retirada do trado). Nas estacas cravadas, o limite está na “nega” (penetração torna-se irrelevante com mais batidas).
O que é radier?
Radier é um tipo de fundação rasa que se assemelha a uma placa ou laje que abrange toda a área da construção. Os radiers são lajes de concreto armado em contato direto com o terreno que recebe as cargas oriundas dos pilares e paredes da superestrutura e descarregam sobre uma grande área do solo. Geralmente, o radier é escolhido para fundação de obras de pequeno porte. O radier apresenta vantagens como baixo custo e rapidez na execução, além de redução de mão de obra comparada a outros tipos de fundação superficiais ou rasas. O radier é executado em obras de fundação quando a área das sapatas ocuparem cerca de 70 % da área coberta pela construção ou quando se deseja reduzir ao máximo os recalques diferenciais. Como fazer fundação em radier passo a passo Para a execução do radier, é necessária uma limpeza prévia da superfície do terreno assim como o nivelamento e compactação. Logo após, coloca-se um lastro de brita para proteger a armadura do radier. Em torno da fundação em radier coloca-se as formas de madeira, com largura de 10 cm aproximadamente, na lateral fazendo o fechamento da área a ser concretada de acordo com as dimensões previstas no projeto estrutural ou de fundações. Qualquer tubulação hidrossanitária ou elétrica deve ser assentada no solo sob o radier com saída através da laje, evitando que sejam feitos futuros cortes na laje já executada, evitando assim o retrabalho e aumento do custo da fundação. Fundação em radier após a concretagem Vantagens da fundação em Radier Baixo custo em relação a sapatas corridas. Tempo de execução reduzido. Redução na mão de obra. Indicado para terrenos argilosos. Desvantagens da fundação em Radier Se for necessário aumentar a resistência do radier devido as cargas atuantes na laje, é preciso aumentar o volume de concreto, o que acaba tornando esse tipo de fundação mais cara, ocasionando maior dificuldade na execução. Ainda podem ocorrer várias fissuras já que se trata de uma estrutura de concreto armado.
O que são sapatas e qual a sua função em uma obra?
Sapata é a parte mais larga e inferior de um alicerce. De acordo com a NBR 6122/2010, é definida como “elemento de fundação superficial, de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo emprego de armadura especialmente disposta para esse fim”. Além dessa, a NBR 6118 define sapatas como “estruturas de volume usadas para transmitir ao terreno as cargas de fundação, no caso de fundação direta”. Em outras palavras, ela é de extrema importância por fazer a sustentação do peso da construção, aumentando a distribuição da carga no solo. Assim, a segurança e resistência dos mais variados tipos de obras passam a estar garantidas. No geral, ela tem a base em planta quadrada, retangular ou trapezoidal. A utilização é indicada caso as sondagens de reconhecimento do subsolo indiquem a presença de argila rija, entre outras situações. Uma boa sapata depende fundamentalmente do concreto e da ferragem, e tem o interior constituído de malha de ferro. Quais os tipos de sapatas? Há diversos tipos de sapatas. Entre as mais comuns e básicas, estão: isolada, corrida, associada e viga alavanca/viga de equilíbrio. A seguir, conheça em detalhes cada uma delas. Sapata isolada A sapata isolada é um elemento de concreto de forma piramidal (retangular) nos pontos que recebem as cargas dos pilares. Na realidade, as formas que a sapata isolada pode ter em planta são muito variadas, mas a retangular é a mais comum. Como ficam isoladas, essas sapatas são interligadas pelo baldrame. Trata-se de um dos tipos de fundações superficiais mais simples e comuns na construção civil. Mesmo assim, é indicada para a composição de fundações assentadas em terrenos firmes. Sapatas isoladas em uma construção. Sapata corrida Já a sapata corrida é uma pequena laje armada colocada ao longo da alvenaria que recebe o peso das paredes, distribuindo-o por uma faixa maior do terreno. É aquela sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares ao longo de um mesmo alinhamento. Esse tipo de sapata é comum em construções de pequeno porte. Como exemplo, podem ser citadas casas e edificações de baixa altura, galpões, muros de divisa e de arrimo, paredes de reservatórios e piscinas, entre outros. Geralmente não há necessidade de usar máquinas especiais para a escavação. Assim como a anterior, é também indicada para a composição de fundações assentadas em terrenos firmes. Sapata corrida em uma construção. Sapata associada A sapata associada é também chamada de sapata combinada. É aquela comum a mais de um pilar. Ou seja, ela transmite ações de dois ou mais pilares, sendo utilizada como alternativa quando a distância entre duas ou mais sapatas é pequena. Podemos definir esse tipo como fundação superficial, podendo ser projetada com ou sem uma viga de rigidez. Esse tipo de fundação é dividido em sapata associada retangular, alavancada e trapezoidal. Tanto a retangular quanto a trapezoidal são sapatas geralmente utilizadas em divisas, quando o espaço é menor que a dimensão da mesma. Sapata com viga alavanca/viga de equilíbrio De acordo com a NBR 6122, a sapata com viga alavanca ou viga de equilíbrio é o “elemento estrutural que recebe as cargas de um ou dois pilares (ou pontos de carga) e é dimensionado de modo a transmiti-las centradas às fundações. Da utilização de viga de equilíbrio resultam cargas nas fundações diferentes das cargas dos pilares nelas atuantes”. Basicamente, é o tipo de fundação utilizado quando a base da sapata não coincide com o centro de gravidade do pilar por estar próximo a alguma divisa ou outro obstáculo. Desse modo, é criada uma viga entre duas sapatas de maneira a suportar o momento fletor gerado pela excentricidade. Sapata com viga de equilíbrio. Qual a importância das sapatas em uma obra? O uso das sapatas na construção civil gera inúmeros benefícios. Um deles é oferecer um trabalho mais eficiente, já que são materiais construídos de forma direta no solo, dentro de alguma escavação. Além disso, entre as fundações rasas, as sapatas são as estruturas que aguentam maior capacidade de carga. Entre as principais vantagens do uso desse elemento, destacam-se: Baixo custo; Rapidez de execução; Capacidade de construção sem equipamentos; Capacidade de construção sem ferramentas especiais; Em resumo, uma fundação em sapatas bem dimensionada pode ser executada com pouca escavação e baixo consumo de concreto. Como é o processo de execução de uma sapata? É de conhecimento geral que a execução de uma sapata, por parte de profissionais qualificados, é uma tarefa um tanto quanto simples. Mas é preciso ficar atento ao fato de que a sapata de cota mais baixa deve ser executada primeiro. E, de acordo com a NBR 6122, nenhuma sapata deve ter dimensão menor do que 60cm. A seguir, confira como funciona o processo de execução de uma sapata: Seguindo a orientação do projeto de fundações, inicia-se a escavação da área a receber as sapatas até a cota de apoio; Com a área escavada e compactada, o passo seguinte é aplicar uma camada de concreto magro no fundo do terreno escavado e nas laterais. Essa camada de regularização deve ter no mínimo 5 cm de espessura. A função é proteger a armadura da sapata contra a umidade do solo; As laterais também precisam receber concreto. Nesse caso, elas devem ser apenas chapiscadas; Com a vala preparada, inicia-se a marcação dos pilares. Para tanto, são fixadas estacas de madeira nos pontos indicados pelo projetista; Colocam-se, então, espaçadores na superfície de apoio onde foi aplicado o concreto magro, para evitar que o cobrimento do aço não seja atendido; Insere-se a armação, sempre seguindo a orientação do projeto de fundações; Com o auxílio de arames de aço, são presos também os ferros especiais de arranque dos pilares; Realiza-se a concretagem da sapata; Depois de curado o concreto, realiza-se a desforma da sapata e o devido reaterro da cava da sapata. A importância do concreto para fundações O concreto utilizado nas fundações deve apresentar propriedades específicas para desempenhar seu papel com segurança. Deve assegurar resistência às agressões do solo e garantir uma